A impontualidade do amor

Era apenas um alguém que não percebia a pressa dos ponteiros do relógio.
Vivia na escuridão que ocultava todos aqueles mofos.
Um  pequeno ressentimento ali, outro desconforto acolá.
Mas seu foco era mesmo na sua dor que latejava todos os dias da semana.
Todos os dias e duas vezes mais no sábado a noite antes de adormecer.
Sendo assim tão perturbador, ela não queria varrer, não queria limpar
Apenas ia deixando de lado e deixando o tempo passar
Era como se sua vida fosse movida por tristes ou vazios sentimentos.
Eis que de repente o tempo começou a desacelerar
Surgiu então como um incenso de flores para perfumar
Abrindo tudo, portas e janelas, deixando o sol entrar
E bater em seu rosto feito vento em final de estação
Não tinha sequer um horário marcado, nem ousou saber se precisava de convites.
Radiante chegou para tomar posse, dando vida, cores e cheiros
Por fim chegou bem pertinho e sussurrou em seu ouvido:
Sei que procurastes por mim
Posso não aparentar ser pontual, mas o tempo é relativo minha cara.
Agora trate de te alegrares e prepares um café pra nós dois.
É que hoje, hoje eu vim para ficar.

Os tolos não amam




E quando surge aquela necessidade absurda dos braços, dos abraços para fazer a dor do peito fugir e ir morar em outro lugar, o tempo é ludibriado e começa a passar mais devagar, as cores ficam bem mais intensas. Os apaixonados denominam isso de amor, já os tolos... Bem os tolos não amam!!!